Marina nasceu!

20 de dezembro. Taciana acordou elétrica: depilou as pernas, pôs um biquini e foi para a piscina do condomínio, e por lá ficou umas 2 horas tomando sol. Eu fiquei em casa arrumando alguns detalhes no quartinho da Marina.

Fizemos um almoço hoje em casa e convidamos o Paulo, o Adair, a Fabrícia, a Cleuza e todos os filhos deles. Deliciamo-nos com risoto, linguiça de frango, sorvete e outras coisas. Depois de muita chuva torrencial e muito bate-papo todos foram para suas casas.

Eram umas 15:30 e acabara de estourar um transformador próximo ao prédio. Puxa, ficamos sem energia elétrica. Lá se foi o filme que eu assistia! A Taciana começou a pegar no sono, em um colchão na sala de TV, e eu cochilava no sofá. De repente, a Taciana me chama surpresa: "Amor, minha bolsa acabou de estourar!". Mesmo não sendo médico estava claro e evidente (e bem molhado) que a Marina estava a caminho.

Pegamos as coisas da Marina, chamamos o Paulo e a Fabrícia, e descemos 13 andares pelas escadas do condomínio. Lembram que havia faltado energia elétrica há pouquíssimos minutos? :-) Chegamos bem no térreo, pegamos o carro e fomos à maternidade. Bem devagarinho, contrariando a lógica!

Vou pular vários acontecimentos que se sucederam na maternidade, os preparativos, etc. Resumidamente, a Taciana estava um pouco nervosa, eu tentava não demonstrar meu nervosismo, mas eu me sentia muito mais calmo do que imaginara. A vida nos ensina ...

Entrei na sala de parto por volta das 19:37: a Taciana estava calma e nervosa ao mesmo tempo, não dá para explicar. Fiquei acariciando sua cabeça por vários minutos. Senti meus olhos se enchendo d'água, quase que involutariamente. Estava tão orgulhoso dela, por ter passado por tudo que estava passando e ainda assim se preocupar comigo e querer me dar força.

Subitamente, meu celular vibra: não acredito, era minha mãe! Quando disse que estava na sala de parto naquele momento, ela quis desligar. Não titubeei e disse que ela esperasse mais alguns segundos que ela escutaria o choro da Marina. E foi o que aconteceu às 19:52: vi a Marina saindo lentamente, seu cordão umbilical um pouco enrolado, desenrolou-se, Marina foi puxada, colocada sobre a mesa para cortar o cordão, e magicamente chorou ... Aquele choro ecoou de Ribeirão Preto a São Luís do Maranhão. Não precisa nem dizer que minha mãe ficou emocionada ... Foi muito emocionante MESMO!

Foi magnífico ver a Marina chorando próximo de nós e parando de chorar assim que escutou a voz da Taciana. Ela esticou as mãozinhas e tocou o rosto da Taciana. Foi demais! Agradeci à Taciana por tudo, e fui convidado para me retirar para dar início ao processo de "remontagem" da barriga da minha esposa :-) Enquanto isso, eu me deleitava assistindo aos exames que eram feitos na pequena Marina.

Prematura, com apenas 35 semanas e 2 dias, Marina pesou 2,635Kg e, no calor da emoção de pai babão, nem vi quanto ela media. Entregaram-na a mim, e eu meio desajeitado sentia pela primeira vez o calor de minha filha, e ela o meu calor. Ela começou a chorar um pouco, encostei o rosto nela, ela parou de chorar. Nunca pensei que conseguir fazer um bebê parar de chorar fosse tão prazeroso! Tiramos fotos, trocamos olhares, a cada choro uma palavra, um acalento, minha voz parecia acalmá-la. Ficamos assim por uns 15 minutos ... Foi o máximo!

Depois ela foi ao berçário, onde tomou os primeiros cuidados de limpeza, higiene e climatização. Estava dormindo quado a vi pela última vez. Vi a Taciana ainda na sala de parto, sedada, mas bem. Tenho orgulho de você, amor! Sem você nada disso faria sentido ...

Depois damos mais notícias a todos vocês ... Estas são as palavras de um pai orgulhoso, uma mãe corajosa, e uma linda (e apressada) menina, Marina :-)